Passagem

Em tempos de discussão sobre realidades paralelas, dogmas, crenças como limbo, purgatório e umbrais, espiritualidade, falhas na Matrix, outras dimensões, estados e estágios da mente humana, e espíritos em formas conhecidas e desconhecidas, fui surpreendida por um relato intrigante.

Embora não seja uma estudiosa assídua, minhas leituras de livros místicos e esotéricos me proporcionaram algum conhecimento, mas a espiritualidade é vasta.

Alguns acreditam no mundo espiritual e têm experiências com ele, seja por doutrinação ou escolha de fé. Há quem acredite em Deus, mas eu, particularmente, acredito em uma energia benevolente criadora que se manifesta de diversas formas em um universo vastíssimo, com deuses administrando e criando novas possibilidades. Deus é energia, frequências e vibrações, matéria e imatéria. Há quem não acredite em Deus, muito menos em deuses, e há quem não acredite em reencarnação. Cada um tem o direito de interpretar as informações que recebe.

Passei por diversas experiências espirituais, como vidências, sexto sentido, clarividência e clarividência espontânea. Vi seres antropomórficos e amórficos; o que chamamos de fantasmas, tive experiências fora do corpo, visitei lugares distantes e incorporei espíritos. Visões podem ser decodificações da nossa mente ao entrar em contato com certas energias.

No entanto, nunca li ou ouvi falar sobre o que vou relatar agora:

Dizem que pessoas que morrem de forma violenta voltam sempre ao mesmo lugar e revivem a situação de dor e violência. Seja por tiro, facada, degola ou tortura, esses espíritos ficam presos a este plano, revoltados por não quererem morrer e por terem sofrido violência física e moral. Eles só conseguem se libertar através de tratamento espiritual.

Um amigo me contou a história de uma mulher jovem e bonita que, não tinha crenças e foi morta com requintes de crueldade em um quarto de hotel.

Seu espírito ficou revoltado e preso ao local, revivendo o trauma por quase 100 anos. Dava gritos de desespero e de dores lancinantes, que aterrorizavam os hóspedes.

Os donos não disponibilizavam o tal quarto para os hóspedes. Era lacrado. Ela finalmente procurou a ajuda de um mestre espiritualista, que se hospedou lá e explicou a ela que sua morte foi moeda de troca para pagar erros de vidas passadas.

O espírito , cético quanto à reencarnação, resistiu em aceitar essa explicação, pois como pagar por atitudes de uma outra pessoa de quem não tinha ideia de quem fosse? Mas, com o tempo, reconheceu ter sido uma pessoa má em outra vida. Mais pelo sofrimento, pois já não aguentava mais, se rendeu à “verdade”, por sugestão, para encontrar o caminho da luz e da paz, pelo menos se livrou da revolta pelo seu passamento.