Tinha acabado de escrever mais um conto de terror pra rir. Que chamam de terrir. Sim, pensamentos abrem portas e portais. Pense e fale em alguém e esse alguém aparece. Medo atrai justamente as coisas e situações das quais se têm medo. O que se pensa, com certeza, se realiza. Aquelas técnicas de colagem e desenho para as conquistas dos sonhos, são poderosas. Eu, por exemplo, tinha um trauma com matemática e procurava colagens em relação à matemática e acabei cursando uma faculdade e me formando. Meus pesadelos acabaram, porque sonhava constantemente que voltava ao ensino médio.
E por falar em pesadelo, tinha um cara muito do esquisito que vendia chinelos artesanais de porta em porta. Comprávamos sempre. Um dia, foi trocar uma nota alta que pagamos. A maior da época, e não apareceu nunca mais. Ruim pra ele, que perdeu os clientes, ou, quem sabe, aquela nota serviu de passaporte para uma vida melhor?! Lembrei-me de uma série de pessoas invejosas que frequentavam nossa casa, muitas dormiam lá, passavam até temporadas. Um apartamento na Tijuca.
Outros viajavam com a família, iam pra casa de campo, praia, passeios. Os invejosos, muitos somem, nem se lembram mais de quem os ajudou e proporcionou bons momentos. Uns “vencem” na vida, vão ficando pelo caminho, outros sucumbem à própria tacanhice e outros morrem mesmo.
Bem, é melhor deixá-los descansar em paz, porque pensar neles atravanca as coisas. Pensamentos negativos abrem portais ruins. É melhor mudar a vibe. Pensar em projetos, em coisas positivas.
Foi justamente numa dessas ideias pra um texto de terrir que que começaram a acontecer coisas muito ruins todas as terças-feiras. Aprendi que quando acontecem eventos maus periodicamente, obedecendo a calendários📅, pode contar que é demanda, é trabalho feito, e se está vulnerável, eles Pegam. Aprendi que há trabalhos pra quebrar as proteções espirituais da pessoa, para que os rituais malignos funcionem. E muitas vezes pegam em animais, principalmente nos pets.
E não é que minha cadela avançou do nada na minha gatinha e quebrou o pescoço da bichinha? Isso, às onze da noite. Corri para dois veterinários, mas nada pode ser feito.
Enquanto a cachorra grande balançava a cabeça com a gatinha na boca, eu peguei o meu chinelo e bati, bati, mas não houve jeito, o calçado voou da minha mão e sumiu.
Depois do sumiço, tentei abrir a boca do animal com as mãos, sem êxito.
Comprei outro par. E só achei o outro duas semanas após o episódio, quando fui limpar o móvel.
Na minha cabeça, o objeto tinha sumido pelo portal do inferno, que se abriu durante o assassinato, mas o diabo devolveu, afinal de contas era o diabo, não era Saci Pererê.
Muito obrigada por sua leitura! E se tiver curiosidade, escute meus áudios musicais!