Num passado recente, era um garoto radical, desses que cuspiam no chão, andava com um skate para baixo e para cima, falava palavrão, bermuda cheia de correntes de metal, tênis, camiseta, enfim, como dizia Millôr "diferente, mas igual a todos os que são como ele". Faltou um acessório na indumentária: um casaco azul com capuz. Não era apenas um, possuía uns quatro, mais ou menos do mesmo estilo e do mesmo tom. Por isso o apelido de Hoodie que quer dizer encapuzado em inglês, pelos que o conheciam.
Andava perdido pelos becos, adorava as madrugadas de inverno, pois as ruas eram mais suas.
Embora fosse jovem, não sabiam de onde tinha vindo, como possuía dinheiro para morar e se virar, apesar de viver numa casa semiabandonada, que diziam ter sido herança. Cada um contava uma história. De vez em quando um se cruzava com Hoodie, sempre lacônico e pensativo.
Um dia Hoodie descobriu o grafite, e passou a colorir os muros da cidade com arte de impressionantes cores e beleza, e sua técnica gradativamente se aprimorava, dia após dia, surpreendia os mortais e passantes. Suas obras passaram a servir como cenários para shows do movimento hip hop e exerciam grande fascínio, admiração e magnetismo, uma espécie de êxtase hipnótico que levava as pessoas a um sentimento de paz, bondade e fraternidade, o que logo chamou a atenção da imprensa.
O assédio foi tanto que incomodou a Hoodie que era um garoto lindo fisicamente.
Um dia, Hoodie sumiu de vez, mas antes confessou a uma, vamos dizer "amiga", que fazia ponto num beco: "Minhas obras são o reflexo de mundos que existem por trás dos muros, que quando a tinta está fresca, só eu consigo atravessar, entrar e sair deles. Todos os dias vou-me encontrar com meu mestre Jean-Michel Baskiat! Um dia, se você quiser, ainda vou levá-la para conhecer esses mundos encantados e encantadores! Seja feliz! Vamos embora, Rubinho! "
Hoodie e seu gato tomaram seu rumo.
As obras utilizadas acima são de Jean-Michel Baskiat e Akiro.
Andava perdido pelos becos, adorava as madrugadas de inverno, pois as ruas eram mais suas.
Embora fosse jovem, não sabiam de onde tinha vindo, como possuía dinheiro para morar e se virar, apesar de viver numa casa semiabandonada, que diziam ter sido herança. Cada um contava uma história. De vez em quando um se cruzava com Hoodie, sempre lacônico e pensativo.
Um dia Hoodie descobriu o grafite, e passou a colorir os muros da cidade com arte de impressionantes cores e beleza, e sua técnica gradativamente se aprimorava, dia após dia, surpreendia os mortais e passantes. Suas obras passaram a servir como cenários para shows do movimento hip hop e exerciam grande fascínio, admiração e magnetismo, uma espécie de êxtase hipnótico que levava as pessoas a um sentimento de paz, bondade e fraternidade, o que logo chamou a atenção da imprensa.
O assédio foi tanto que incomodou a Hoodie que era um garoto lindo fisicamente.
Um dia, Hoodie sumiu de vez, mas antes confessou a uma, vamos dizer "amiga", que fazia ponto num beco: "Minhas obras são o reflexo de mundos que existem por trás dos muros, que quando a tinta está fresca, só eu consigo atravessar, entrar e sair deles. Todos os dias vou-me encontrar com meu mestre Jean-Michel Baskiat! Um dia, se você quiser, ainda vou levá-la para conhecer esses mundos encantados e encantadores! Seja feliz! Vamos embora, Rubinho! "
Hoodie e seu gato tomaram seu rumo.
As obras utilizadas acima são de Jean-Michel Baskiat e Akiro.
LYGIA VICTORIA
Enviado por LYGIA VICTORIA em 19/05/2016
Alterado em 20/05/2016
Alterado em 20/05/2016
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Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
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