SÓ HÁ VICTORIAH PARA O GUERREIRO, PARA O JUSTO, PARA O QUE ENFRENTA O MUNDO COM CORAGEM, OTIMISMO E ALEGRIA. DEUS É BOM! FORÇA! VICTORIAH SEMPRE!
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Quarenta anos, chorava aflita o desaparecimento do seu filho. Loira, vaidosa, sarada, queimada de sol, mas seu rosto expressava sua angústia, as olheiras e as rugas de expressão refletiam seu estado. Quando a melhor amiga, numa espécie de transe, correu para o computador e danou-se a digitar numa velocidade descomunal. Para espanto dos amigos presentes, uns quinze, que estavam ali para prestar sodidariedade, depararam-se com a seguinte mensagem: 

"Mãe, não se preocupe, meu corpo está todo entubado na UTI do hospital do Andaraí, em coma induzido, só para efeito de monitoramento.

É preciso que a senhora vá lá, porque ninguém sabe quem eu sou. Porém tem uma coisa, mãe, não se desespere que eu ainda não morri, pelo jeito ainda vou viver muito, contudo minha alma ainda vai ficar um pouco por aqui, um lugar chamado de Primeiro Kamaloka, o primeiro estágio após o desenlace. Estou preso nesta espécie de quarto com uma luz branca intensa fosforecente,


não estou aflito, pelo contrário, estou em paz; nem a solidão me incomoda.

Parece-me que estou aqui justamente para refletir sobre o que fiz nestes meus vinte e dois anos loucos de existência, de vida intensa e febril. E,  mãe, nunca fui um cara egoísta, sempre fui bom, bom filho, bom pai. Eu não disse, mas a senhora tem um neto. Sabe o lindo bebê da filha da vizinha? Pois é. Não dissemos nada porque a mãe é menor e tivemos um romance secreto. Eu amo você, mãe e diga a ela que a amo também, e a primeira coisa que farei quando sair deste coma, é ir registrar a criança. Sabe que sou bom, evidentemente não sou nenhum santo, sou um homem pecador como todos os outros. No sábado retrasado, quando desapareci, eu tinha ido comprar um baseado na boca do morro do São Carlos,

quando uns indivíduos vestidos com casacos longos de capuz azul cobrindo o rosto, me roubaram, levaram a moto, meus documentos, dinheiro, e me deram um tiro. A polícia me transportou até o hospital. Então, mãe, eu preciso que a senhora vá até lá e reze muito com nossos amigos para a minha alma voltar para o meu corpo, que se Deus quiser vai sair do coma tinindo. Corra para o hospital, mamãe! Um beijo do seu filho amado!"
Alerto para o pronome depois da vírgula, ele está gramaticalmente fora do lugar, só para sair como fala natural do personagem.
COLEGAS, LEIAM MEUS CONTOS DE TERRIR, ESCUTEM MEUS ÁUDIOS MUSICAIS!
LYGIA VICTORIA
Enviado por LYGIA VICTORIA em 11/12/2014
Alterado em 16/02/2016
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