SÓ HÁ VICTORIAH PARA O GUERREIRO, PARA O JUSTO, PARA O QUE ENFRENTA O MUNDO COM CORAGEM, OTIMISMO E ALEGRIA. DEUS É BOM! FORÇA! VICTORIAH SEMPRE!
Textos


OS SALTOS ALTOS

DEPOIMENTO
Olá, meu nome é Humberto... bem...chamam-me Humberto, na realidade, meu nome não é Humberto, minha mãe não me chama com esse nome, só os meus amigos, que na verdade não são meus amigos, são dela. Quem é ela? Ninguém sabe, nem mesmo ela. Ela tem várias facetas, quem me alertou sobre isso foi uma amiga em comum ( todos agora são).
Para explicar a história do meu outro nome, vou retroceder quinze anos, quando eu a conheci, por acaso, na porta da faculdade. Eu estava no último ano da engenharia elétrica. Lindo, sarado, jovem, autossuficiente, como as mulheres dizem hoje, tudo de bom. Estava correndo, atrasado, às voltas com a minha monografia, quando dei de cara, por segundos, com uma mulher muito bonita, misteriosa, muito sedutora, sensual, roupa decotada, com uma certa discrição, loira de saltos altos e finos. Sorri, pisquei para ela, olhei para a frente e continuei correndo.
Recebi as orientações do professor por cerca de duas horas, mas de vez em quando, meu pensamento se distanciava dali, porque eu estava ansioso para reencontrá-la na saída. Será que conseguiria? Senti que aquela moça ia fazer parte da minha vida.
Saí do Campus, tudo vazio. Baixei a cabeça, pegando o rumo da rua, quando a vejo sentada num banco alto do botequim da esquina, ela estava sozinha e ao me avistar, sorriu para mim.Não pude me esgueirar daquele olhar penetrante. Eu estava perdido, entregue ao meu destino. E o meu destino era aquela mulher. Ela disse:
- Você tem cara de Humberto! Vou te chamar de Humberto!
E eu disse:
- Pode me chamar do que quiser.
A partir dali eu virei o Humberto da Rita, não me chamava mais José. Ninguém me conhecia mais pelo meu nome, pouco a pouco fui perdendo os meus amigos e o José não existia mais, só para a minha mãe dentro de casa.
No bar mesmo, nos demos o único beijo na boca até hoje. Mas ali eu me perdi. Caí no abismo da paixão e não conseguia pensar mais em outra coisa. Abandonei a faculdade, meu emprego público, vendi meu carro do ano, meu pequeno apartamento na Zona Sul, fui me idiotizando. deixando a barba cerrada. Fazendo todas as vontades dela. E ela se deitava com muitos homens e com muitas mulheres, menos comigo que a sustentava. Fui perdendo a autoestima, o dinheiro. Mas consegui passar num concurso público ganhando pouco. E dando 75% do meu salário a ela.
Há quinze anos eu era o garanhão, o pegador de mulheres. Hoje em dia, nem me aproximar delas eu consigo. E ela diz que me odeia e que vai me matar.
Todos os dias, eu sonho com os seus saltos altos pressionando o meu peito e com aquela voz macia e rouca, que só as diabas têm:
- Humberto, eu vou te matar!
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COLEGAS, ESCUTEM MEUS ÁUDIOS MUSICAIS! BEIJOS.
LYGIA VICTORIA
Enviado por LYGIA VICTORIA em 11/05/2013
Alterado em 27/02/2015
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