Recapitulando um ponto da História: o Brasil foi colonizado pelos degredados, bandidos que a coroa portuguesa não queria ver circulando por suas ruas, ameaçando seus habitantes. Foram condenados a habitar nossa amada ilha.
Além do sangue, herdamos a mentalidade colonial, mesquinha, escravocrata, sectária de nossos ancestrais. Exemplo disso está na forma como patrões tratam seus empregados: humilhações, assédio moral, mas quem tem prole para sustentar e tem vocação para a honestidade, pensa em seu amor, em formar seus rebentos, mesmo tendo suas costas marcadas constantemente pela chibata. Como reza o ditado:"o trabalho enobrece o homem." A palavra "trabalho" vem de tripalium, em latim, um instrumento de tortura. Quando Deus expulsou Adão e Eva  do paraíso, os condenou ao trabalho.
Há quem não se sujeite a trabalhos honestos, não tem formação para tal, nem procura ter. Vai se sustentar e pagar suas contas como? Roubando, executando trabalhos ilícitos, traficando, contrabandeando, pelo menos tem mais adrenalina e sensação de poder. No fundo, são o espelho torpe dos colonos, pois da mesma forma, adoram "pisar" nos mais fracos.
Alguns bandidos, com ajuda de instituições, se reabilitam e se reintegram à sociedade. Outros não têm sorte, outros têm vocação para a bandidagem.
Aqui no Rio, houve recentemente os enterros de policiais muito jovens, que morreram em confronto com bandidos. Uma senhora, esboçando revolta, disse aos repórteres:
- A culpa é do governo ( o patrão), que não dá proteção, nem condições aos policiais e os manda para uma guerra, muitas vezes sem volta.
De certa forma ela tem razão, pois quem está por trás de toda essa poderosa máquina sabemos que não é o favelado.
A culpa é cultural, é do próprio pensar, e já estamos condicionados a eles. O que a vida ensina não se erradica facilmente do organismo.
Como iremos mudar o pensar coletivo? Arrancar das almas e dos peitos todo e qualquer sentimento e atitude mesquinha?
Existe, também o Rio bonito, mostrado po Manoel Carlos...